Além de conhecido pela  belíssima música-tema , “Jurassic Park” é famoso pela parte científica da história. A proposta de, com base no DNA...

Cientistas pretendem recriar mamutes extintos

 


Além de conhecido pela belíssima música-tema, “Jurassic Park” é famoso pela parte científica da história. A proposta de, com base no DNA colhido de um mosquito, ressuscitar animais extintos há anos, é bem atraente. E essa hipótese pode estar perto de se tornar uma realidade por conta da deextinção (ou desextinção), processo biológico que busca reviver organismos inexistentes de forma natural.

A técnica, já  aplicada em plantas e flores, tornou-se possível para estruturas mais complexas (como aves e mamíferos) graças à evolução de uso da ferramenta CRISPR, capaz de editar os genes que compõem o DNA. Essa habilidade, combinada com outros recursos já disponíveis, está animando cientistas e empresas.

 

VOLTA ÀS ORIGENS

Colossal Biosciences é a startup mais famosa desse setor. Com valor de mercado na casa do USD 1,5 bilhão, ela recebeu USD 150 milhões no final de janeiro, para utilizar CRISPR.

Seu objetivo é trazer de volta o Mamute,  primo peludo do elefante que deixou de existir há 10 mil anos, com base em amostras de DNA conservadas pelo frio da Sibéria. Outros dois animais também estão no projeto de deextinção da Colossal: o pássaro dodô e o lobo-da-tasmânia

Ambas as espécies sumiram do planeta por conta da ação humana, e trazê-las de volta teria um simbolismo capaz de destacar ($) a marca e outras empresas do ramo. 

 

COPIA, MAS NÃO DÁ PARA SER IGUAL

Antes que seu coração se encha de expectativa, vamos adiantar: não dá para ressuscitar dinossauros. O processo se torna impraticável, devido ao fato de o DNA se perder com o tempo, o que também impossibilita realizar sua sequência genética, algo importante na técnica.

No caso, a Colossal e outras empresas do ramo propõem  “preencher” o código em falta com os genes de animais da mesma família — os mamutes, por exemplo, seriam os elefantes. Dessa forma, os animais “made in lab” seriam uma mistura da versão antiga com um parente atual.

 

POSSO. MAS DEVO?

A deextinção, porém, levanta questões éticas e aqui vão dois exemplos: 

  • Como a reintrodução desses animais afetaria o meio ambiente, pois a fauna e a flora tiveram centenas ou milhares de anos para se adaptar?
  • Como garantir que esses “novos” animais vivam nos seus climas de origem, já que eles não teriam referencial de comportamento de um membro mais velho da espécie?

Também existe o risco de que, animadas pelo hype, empresas e organizações deixem de apoiar projetos de conservação de animais com risco de extinção para investir na “volta” de outras espécies. E isso acabaria criando um outro problema igualmente importante.


CONDIÇÕES PARA RECRIAR

Os projetos de deextinção só devem gerar resultados práticos (leia-se bichos) a partir de 2026. Nesse meio tempo especialistas do setor buscam um consenso sobre os critérios a serem adotados para escolher quais animais podem entrar nessa lista vintage. Até o momento, as regras que agradam geral são:

1) a espécie não deve estar extinta há muito tempo (como os dodôs); 

2) a espécie precisa ter participação vital na preservação do ambiente (como o mamute).

Falando em futuro, os maiores beneficiários desse processo devem ser as espécies em perigo de agora em diante, pois será possível sequenciar 100% de seu DNA e trazê-las de volta com 100% de capricho. Mas não vamos negar que estamos na torcida para ver um filhote de elemute (ou mamufante) passeando pelo frio. Imaginem a fofura.

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