Cientistas descobriram método que permite determinar taxas metabólicas de animais fossilizados, incluindo as de espécies como o Tyrannosau...

As novas revelações sobre o metabolismo de dinossauros

 


Cientistas descobriram método que permite determinar taxas metabólicas de animais fossilizados, incluindo as de espécies como o Tyrannosaurus rex


Dinossauros sempre atiçam a nossa curiosidade. Talvez este interesse se relacione ao fato de que estão extintos há mais de 60 milhões de anos, e, portanto, nunca foram vistos pelo homem (que surgiu há menos de meio milhão de anos). Talvez sejam fascinantes por terem dominado a Terra por cerca de 200 milhões de anos antes de sumir, tendo assumido formas e estilos de vida vastamente diferentes. Exemplos incluem o brasileiro Austroposeidon magnificus, que comia plantas e media estonteantes 25 metros de comprimento (o mesmo que dois ônibus), e Hesperonychus elizabethae, um pequeno carnívoro norte-americano que andava com duas pernas e pesava menos de dois quilos (metade do peso de um gato doméstico).


Sabemos sobre a vida de dinossauros através do estudo de fósseis. Estes nos dão informações sobre a anatomia destes animais, e a partir do formato de seus corpos é possível determinar características de como viviam. Porém, o metabolismo dos dinossauros, ou as reações químicas que transformam as suas moléculas e aquilo que eles comiam, é mais difícil de entender por meio de fósseis. Moléculas grandes, como as que compõem nossos corpos, não se preservam bem no tempo, e não estão presentes em fósseis. Até mesmo o DNA, a biomolécula mais resiliente que temos, só pode ser encontrado em amostras de até cerca de milhão de anos, e mesmo assim em condições especiais, como nos corpos de mamutes congelados na Sibéria, e já com significativa degradação.


Um trabalho publicado em maio desenvolveu uma técnica que pode ajudar a dar pistas sobre o metabolismo de animais a partir de tecidos fossilizados e muito antigos. Usando técnicas espectroscópicas avançadas, eles conseguiram medir quantidades de resquícios de moléculas que são alteradas por radicais livres nos fósseis. Animais como os atuais mamíferos e pássaros, que mantém suas temperaturas corporais quentes constantemente, necessitam quebrar mais moléculas para gerar a energia que os aquece, e neste processo também geram mais radicais livres. As alterações causadas por estes radicais nas moléculas se preservam com o tempo, e podem ser usadas para estimar as taxas metabólicas de animais fossilizados. Usando fósseis de animais que sabemos ser endo ou ectotérmicos (de sangue quente ou frio, em termos coloquiais), os cientistas puderam demonstrar que as taxas de modificação destas moléculas por radicais livres são distintas o suficiente, e não se alteram com o tempo de fossilização, permitindo assim saber qual a temperatura dos corpos dos fósseis de dinossauros.

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